sábado, 28 de agosto de 2010

O dia dos fracassados tem 24 horas.

"Falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos."


Albert Einstein






Há algo de estruturalmente errado na vida de uma pessoa ou de uma organização quando alguém precisa de fazer horas extra para completar uma tarefa. Eu sei, eu já fiz isso. Eu tive uma empresa que ocupava todos os meus dias. Saía de casa pelas 7h30 da manhã, e chegava frequentemente depois das dez da noite, e trabalhava todos os Sábados, todos os feriados e muitos Domingos.


A minha razão/desculpa era: "tenho de ganhar mais dinheiro, logo tenho de trabalhar mais horas". Idiota.


Este meu modo de vida tinha alguns efeitos colaterais negativos. A minha produtividade era realmente baixa, a saúde começou a sofrer, nas relações familiares em casa cresciam ervas daninhas à vontade, via os meus filhos sempre na horizontal (quando eu saía de casa ainda estavam a dormir e quando eu chegava já estavam a dormir), eu parecia uma barata tonta, trabalhando em força em vez de trabalhar com inteligência.


Também tinha efeitos positivos, por assim dizer: Por um lado eu não tinha dinheiro, mas trabalhava muitíssimo e isso acalmava a minha consciência, por outro toda a gente, família e amigos, me admiravam por eu ser tão trabalhador.


Naquela altura eu não sabia avaliar isso, mas de facto eu, empresário, ganhava menos por hora que a senhora da limpeza que limpava o escritório dia sim dia não.


A empresa fechou. A pouco e pouco fui descobrindo que trocar o tempo por dinheiro é somente uma forma de escravidão. Não premeia o desempenho. Aprendi a trocar resultados por dinheiro e aí as coisas funcionam noutro paradigma. Não estás dependente de horas de trabalho mas de resultados. Mais resultados, mais dinheiro, menos resultados, menos dinheiro. Ponto final.


Esta nova intuição permitiu-me investir fortemente no meu desenvolvimento pessoal e profissional, nas relações pessoais de qualidade e na generosidade como filosofia de vida. Deixei de me focar no "tenho de trabalhar para ganhar dinheiro" e passei a focar-me em "tenho de valorizar a minha vida para ganhar mais dinheiro".


O resultado disso é que cada vez posso pedir mais dinheiro por fazer as mesmas coisas porque sou cada vez mais eficaz e cada vez tenho maior valor para o mercado. E isso é realmente o único importante. Se te tornares mais valioso é impossível que não ganhes mais dinheiro.


Este novo paradigma obriga-me a não perder oportunidades de aprender mais todos os dias e com todas as pessoas e ocasiões, a ser organizado, a focar-me em objectivos, planos e acções concretas, a avaliar e corrigir.


E passei a ter tempo para fazer tudo o que considero importante. Almoço e janto em casa com a minha família, acompanho o dia-a-dia das minhas filhas na escola, nas actividades extra-curriculares e no desporto, a minha filha mais velha acabou de entrar para a Universidade que ela escolheu e vive num belíssimo apartamento a 10 minutos do campus.


Em consequência desta minha experiência, continuo a melhorar a minha performance ensinando outras pessoas interessadas em fazer o mesmo: mudar as regras do jogo. Quando alguma das pessoas que vêm ter comigo para alguma orientação me diz "não tenho tempo" para ler isto ou fazer aquilo, eu sei imediatamente por onde começar.


O dia dos fracassados tem 24 horas. Adivinha quantas horas tem o dia dos prósperos? Se tu mesmo(a) estás a pensar que não tens tempo, pensa de novo, avalia a tua filosofia de vida e as tuas prioridades e vais ver que, tempo, é coisa que tens até de sobra, exactamente 24 horas e seis minutos em cada dia.




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